Com Mulher e Arma com Guitarra Espanhola a Assírio & Alvim prossegue a publicação dos romances policiais de Dinis Machado, publicados durante o Estado Novo sob o pseudónimo de Dennis McShade, ficando apenas a faltar o ainda inédito Blackpot.
O artifício era manhoso e fazia lembrar Boris Vian, que na França dos anos 40 escreveu e editou policiais negros, utilizando para isso o nome de Vernon Sullivan. Dinis Machado, que dirigia a colecção Rififi, da editora Íbis, seguiu a mesma estratégia. Sabia que a censura era apertada para os autores nacionais e para as mensagens subliminares. Fez-se passar por um escritor e um editor americanos, Dennis McShade e Matt West, respectivamente, e lá vendeu a prosa como literatura popular. E quando a tolerância do censor começou a apertar disse que era o último título do autor. Surgia assim Mulher e Arma com Guitarra Espanhola, depois de Mão Direita do Diabo e Requiem para D. Quixote.
Neles se pode ver a antecâmara do seu romance maior, O Que Diz Molero: a tentação pelos mundos marginais, neste caso o do crime; pelo confronto entre narrativa e pensamento; e pelas abundantes referências culturais, que aqui dão corpo à personalidade emblemática de Peter Maynard, atirador mortífero, amante de Mozart e Debussy, leitor de Céline e de John Dos Passos.
O artifício era manhoso e fazia lembrar Boris Vian, que na França dos anos 40 escreveu e editou policiais negros, utilizando para isso o nome de Vernon Sullivan. Dinis Machado, que dirigia a colecção Rififi, da editora Íbis, seguiu a mesma estratégia. Sabia que a censura era apertada para os autores nacionais e para as mensagens subliminares. Fez-se passar por um escritor e um editor americanos, Dennis McShade e Matt West, respectivamente, e lá vendeu a prosa como literatura popular. E quando a tolerância do censor começou a apertar disse que era o último título do autor. Surgia assim Mulher e Arma com Guitarra Espanhola, depois de Mão Direita do Diabo e Requiem para D. Quixote.
Neles se pode ver a antecâmara do seu romance maior, O Que Diz Molero: a tentação pelos mundos marginais, neste caso o do crime; pelo confronto entre narrativa e pensamento; e pelas abundantes referências culturais, que aqui dão corpo à personalidade emblemática de Peter Maynard, atirador mortífero, amante de Mozart e Debussy, leitor de Céline e de John Dos Passos.
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