Hoje, na Feira do Livro de Lisboa, com 30 euros, tentava comprar o maior número de livros possível, sabendo que conseguiria comprar 60, a 50 cêntimos cada. Mas não exageremos. Procuremos o equilíbrio, que podia ser facilmente encontrado com dois títulos de Álvaro Lapa. Barulheira, na & Etc (4,19 euros), e Porque morreu Eanes, na Estampa (3 euros), revelam uma faceta pouco conhecida, e valorizada, de um dos maiores artistas plásticos da segunda metade do século XX. Uma poesia que o próprio acarinhava muito. E uma manifestação, intuitiva e directa, da sua estética. Como os seus quadros. Seguia-se outra dupla: Queres Crescer e Depois Não Cabes na Banheira e As Sete Ilhas de Lisboa, ambos na Ambar, ambos a dois euros e ambos de Miguel Castro Caldas. Duas obras que recriam o quotidiano de um jovem - o autor? - deambulando pelos meandros da cidade, da literatura e de si próprio. Textos para ler em voz alta, como se de uma peça de teatro se tratasse. Animado pelo balanço, fazia, de imediato, outras apostas: Milagre segundo Salomé, de José Rodrigues Miguéis, também na Estampa (5 euros), um retrato do Portugal de 1917, entre a descrença no futuro e a esperança no equívoco. Na Temas e Debates, dois autores distinguidos com o Prémio José Saramago. José Luís Peixoto, com Antídoto (3 euros), o livro que escreveu a partir das músicas dos Moonspell, e Adriana Lisboa, com Sinfonia em Branco (7 euros), sobre os pecados que moram ao lado, nas alcovas familiares. Ainda tinha tempo - e dinheiro - para a primeira obra de Júlio Verne, Um Padre em 1839, lançada entre nós, em 2001, pela Editorial Notícias (2,99 euros). Troco? Epa, isto ainda dá para mais um livro. De um euro? Sim: Astérix e Cleópatra, na Sodilivros. Está ao desbarato!
quarta-feira, 28 de maio de 2008
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