Hoffmann é omnipresente. A sua imagem enorme vive numa tela que nunca chega a abandonar verdadeiramente o palco. Vemos a cara, os óculos, cada contorno do rosto e os seus olhos prendem-se nos nossos, mesmo antes da ópera Les Contes d’Hoffmann, de Jacques Offenbach, começar. O maestro Gregor Bühl entra no fosso da orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, a sala já está escura e ouve-se, numa voz precisa, uma frase do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa. Ainda não sabemos, mas o reflexo do verso vai soar inteiro ao longo do primeiro acto, como uma glosa daquilo a que assistimos no palco - as dúvidas, os sonhos, a «vida perdida» descritas nos poemas fixam-se no canto de Hoffmann. Uma aposta ganha do encenador Christian von Götz. Mas virão outras. Como a ‘estrela’ azul néon que intercala diversas cenas e que nos parece sempre mostrar um outro prisma para descobrir a obra. Também as vozes trazem novos matizes a esta que é considerada a obra-prima da produção lírica do compositor, a cuja estreia Jacques Offenbach nunca assistiu - morreria pouco tempo antes.
Nesta produção - que estará em cena até dia 20 - destaque para o tenor Jean-Pierre Furlan, um Hoffmann exemplar, e para o baixo-barítono alemão Johannes von Duisburg, que interpretando quatro personagens consegue sempre surpreender. Também o meio-soprano Stephanie Houtzeel nunca perde precisão ou volume. Realce ainda para a prestação do coro, não só pela postura em palco, mas sobretudo pela expressividade e vivacidade do canto.
Na ópera o escritor Hoffmann, sempre acompanhado da sua musa, disfarçada de fiel amigo, conta-nos três histórias de amor. Fala-nos de três mulheres Olympia, Antónia e Giulietta por quem se apaixonou. Descreve cada momento no seu caderno vermelho, onde aponta as frases mais bonitas, relata sentimentos, emoções. Serão todas paixões impossíveis. Até ao acorde final.
Nesta produção - que estará em cena até dia 20 - destaque para o tenor Jean-Pierre Furlan, um Hoffmann exemplar, e para o baixo-barítono alemão Johannes von Duisburg, que interpretando quatro personagens consegue sempre surpreender. Também o meio-soprano Stephanie Houtzeel nunca perde precisão ou volume. Realce ainda para a prestação do coro, não só pela postura em palco, mas sobretudo pela expressividade e vivacidade do canto.
Na ópera o escritor Hoffmann, sempre acompanhado da sua musa, disfarçada de fiel amigo, conta-nos três histórias de amor. Fala-nos de três mulheres Olympia, Antónia e Giulietta por quem se apaixonou. Descreve cada momento no seu caderno vermelho, onde aponta as frases mais bonitas, relata sentimentos, emoções. Serão todas paixões impossíveis. Até ao acorde final.
1 comentários:
como é que se pode fazer uma critica destas.
Foi o pior espectáculo que vi desde há muitos anos.
Enviar um comentário