Houve Tibério, houve Judas, houve Dracon;
Temos Lambessa, não temos já Montfaucon.
Forjam-se correntes para o povo; aí se oprime,
Se exila, se proscreve o pensador livre e firme;
Tudo sucumbe. Reprimem-se anseios e saudade,
O direito, o futuro, o progresso, a liberdade,
Como fazia Séjan, como fez Luís XI,
Com suas leis de ferro e juízes de bronze.
Depois - está bem: - adormece-se, o mestre clama:
O homem já não tem alma, o céu já não tem chama.
Ó sonho dos tiranos! a hora é chegada,
A seara cresce, a água corre sob a arcada.
Virá o dia em que as leis de silêncio e morte,
Rompendo de repente sob um impulso forte,
Reabrirão com estrondo as portas mal fechadas,
Enchendo a cidade de tochas inflamadas.
In Poemas, tradução de Manuela Parreira da Silva, edição Assírio e Alvim
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