Filha de duas mães, A Naifa

O novo disco de A Naifa, Uma Inocente Inclinação para o Mal, revela uma grande letrista, envolta em mistério. Maria Rodrigues Teixeira é uma ex-publicitária que vive em Barcelona e ofereceu os seus préstimos no final de um concerto da banda. E mais não se sabe. Sabe-se que o seu universo lírico é riquíssimo, implacavelmente quotidiano, ironicamente trágico ou tragicamente irónico, desconstruindo os estereótipos do fado ao mesmo tempo que se embebe numa certa desolação satírica. Filha de duas mães, o primeiro single, é retrato de toda essa riqueza, da irónica inversão do destino: «Filha de duas mães, adoro vesti-las de igual». Ou o contraponto do fado: «Nunca direi saudade, ligo pouco ao que se diz, mas não levo muito a mal, a ideia de ser feliz». Musicalmente está cimentado o casamento instrumental que tem sido o fado d’A Naifa: um encontro perfeito entre a electrónica, a guitarra portuguesa e a voz. O álbum chega às lojas no dia 30.

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