As traduções das categorias dos Óscares são muitas vezes erróneas e, em alguns casos – certamente nuns mais do que noutros –, esses erros pagam-se caro. A nomeação de Casey Affleck pelo seu papel em O Assassinato de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford, de Andrew Dominik, é um desses casos. De acordo com a tradução, Affleck está nomeado para o Óscar de Melhor Actor Secundário. Na língua original, a nomeação é para Best Performance by an Actor in a Supporting Role. São duas as principais razões que encarecem o erro. Por um lado, o papel não é, de todo, secundário – adjectivo comummente usado a título pejorativo – mas sim de suporte. Ou seja, o filme só é possível graças à relação dialéctica que se estabelece entre Affleck e Pitt. Por outro, o original também nos indica que o que está em causa não é a sua qualidade enquanto actor, o que nos remete para a ideia de carreira e a totalidade do seu trabalho, mas a qualidade do seu desempenho num filme específico.
Casey Affleck interpreta Robert Ford, num filme que explora a relação entre assassino e assassinado, a idolatria, o desejo de fama e celebridade. Percebemos a ambiguidade da relação entre os dois, quando Jesse pergunta a Ford: «Queres ser eu ou queres ser como eu?» É nesta confusão de emoções e aspirações que o filme se desenrola, com Affleck a desempenhar o papel mais importante de toda a sua carreira, absolutamente espantoso na pele do jovem inseguro, dividido entre sentimentos de amor e ódio, que culminam numa necessidade de matar o seu ídolo para dele se libertar.
O mais novo – e já mais sério – dos Affleck pode (ainda) não ser um grande actor. Pode ter desiludido em outros filmes da sua carreira. No entanto, em O Assassinato de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford, Affleck brinda o público com uma performance absolutamente brilhante. Para o sucesso do filme – e para os Óscares de 2007 – é apenas isso que interessa.
Casey Affleck interpreta Robert Ford, num filme que explora a relação entre assassino e assassinado, a idolatria, o desejo de fama e celebridade. Percebemos a ambiguidade da relação entre os dois, quando Jesse pergunta a Ford: «Queres ser eu ou queres ser como eu?» É nesta confusão de emoções e aspirações que o filme se desenrola, com Affleck a desempenhar o papel mais importante de toda a sua carreira, absolutamente espantoso na pele do jovem inseguro, dividido entre sentimentos de amor e ódio, que culminam numa necessidade de matar o seu ídolo para dele se libertar.
O mais novo – e já mais sério – dos Affleck pode (ainda) não ser um grande actor. Pode ter desiludido em outros filmes da sua carreira. No entanto, em O Assassinato de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford, Affleck brinda o público com uma performance absolutamente brilhante. Para o sucesso do filme – e para os Óscares de 2007 – é apenas isso que interessa.
1 comentários:
O talento não corre na família__ Casey Affleck tem tudo para, a partir do carisma da sua voz, ser um grande actor.
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