quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Estou farto de palavras





O tema era provocatório e os escritores responderam à altura? Estou farto de palavras era o mote da terceira mesa redonda das Correntes D'Escritas, mas Antonio Sarabia, Daniel Galera, Eduardo Bettencourt Pinto, Paulo Teixeira Pinto, Rui Cardoso Martins e Victor Andresco deram a volta ao texto. Num pacífico motim, evidenciaram a impossibilidade da proposta. É verdade, disse Sarabia, que há palavras que estão gastas, despidas de sentido, que enchem as páginas dos jornais, como "bloqueio no médio Oriente, terrorismo, liberdade ou até democracia". Mas "sem palavras", como acrescentou Rui Cardoso Martins, "não somos nada". O escritor recordou os e-mails e os sms que tem recebido no último mês, devido à morte da sua mulher, Tereza Coelho. As pessoas diziam-lhe que as suas palavras certamente não significavam nada nesta hora de dor, mas Rui Cardoso Martins sublinhou a sua importância. "As palavras são salvadoras, são o que nos faz continuar".

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