quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Os números da sorte

É tão provável ganhar o Euromilhões quanto ganhar o Euromilhões. Desculpem a redundância, mas é que é tão improvável acertar em cheio nos números da sorte, que poucas serão as comparações válidas. Por exemplo, um estudo revelou que a probabilidade de ganhar o Euromilhões é equivalente à de um jovem adulto saudável morrer dentro de uma hora. Tétrico? Altamente improvável. Mas também não é por deixar de jogar que se livra da segunda parte do algoritmo. No meu caso, ganhar o Euromillhões seria ainda mais difícil, uma vez que raramente jogo. Seria necessário que alguém apostasse em meu lugar (amigos desses já não se fazem) ou que tropeçasse num papelinho premiado no meio da rua.
Há que ter esperança, claro. Não tenho nada contra estas e outras apostas. Por mais improvável que seja ganhar, não é impossível. E Portugal é dos países onde mais se aposta, reflexo das piores condições de vida. No Brasil, paupérrimo, também se investe massivamente no Jogo do Bicho. Se não há dinheiro, resta-nos a fé. E não nos cortem a emoção semanal.
Feitas as contas não sai assim tão barato. Com uma aposta simples, gastam-se oito euros por mês e 104 por semana. Não apostando, a probabilidade de ganhar 104 euros é certa. Para quem faz mais do que uma aposta, o que é vulgar, multipliquem-se estes valores e verifique-se a despesa.
Em Histórias de Cabaret, um excelente filme de Abel Ferrara, Willem Defoe, um viciado no jogo, faz uma mega-aposta na lotaria, através de um cálculo rigoroso, que reduz o risco ao mínimo, e consegue… ganhar. No Euromilhões tal não é viável, a cobertura dos riscos sai demasiado cara.
Mas também há estatísticas. O número que mais vezes saiu é o 50. E o que saiu menos vezes é o 28. Como a probabilidade à partida igual, as ocorrências têm tendência a equilibrar-se pelo que, aparentemente, o 28 seria uma boa aposta. Há outras questões mais certas: as pessoas têm uma propensão para apostar em datas, sobretudo aniversários (de nascimento, casamento, namoro…), tal provoca que haja uma predilecção a nível de palpites por números entre 1 e um 31. Indo as estrelas de 1 a 9, a maior incidência dá-se mesmo entre 10 e 31. Tal não tem qualquer influência no apuramento da chave, mas significa que se, apostar em números entre 32 e 50 e ganhar é mais provável que seja o única totalista. Para já, dou-lhe a certeza que esta chave não vai sair: 7, 22, 38, 45, 46 + 4, 7. Vai uma aposta?

0 comentários: