sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril: uma revolução com banda sonora

Grândola Vila Morena, na versão de Amália Rodrigues





É uma das muitas incongruências da mítica figura: o que terá levado Amália a cantar Grândola Vila Morena? Com o 25 de Abril, a fadista passou de heroína popular a memória do fascismo e, por isso, alvo a abater. Houve quem lhe chamasse uma Senhora PIDE, com nítido e exagero, pois Amália nunca teve qualquer conivência com a polícia política. Sabe-se, contudo, que chorou no enterro de Salazar. E o sinistro ditador referia-se a ela como a «criaturinha». Mas também se diz que entregou dinheiro ao PCP ou a alguém ligado ao PCP. Álvaro Cunhal quis levá-la à Festa do Avante!, mas ela sempre se recusou. De esquerda ela não era. Mas no pós-25 de Abril confundiram-na com uma fascista que talvez também não fosse. E numa altura que até a direita tinha um discurso de esquerda, Amália, para dissipar qualquer dúvida, gravou o hino da Revolução dos Cravos, Grândola Vila Morena. Mas nunca ergueu o punho a cantar, isso é grantido.
Este vídeo tirado do Canal História vale também pelas imagens e pela forma com explica a Revolução. Uma revolução com banda sonora: primeiro E Depois do Adeus, cantada por Paulo de Carvalho. Depois A Grândola, de José Afonso. Outras revoluções virão.

1 comentários:

carlos disse...

Os estereótipos sempre foram um problema...não é?