sexta-feira, 13 de março de 2009

A reescrita de Tennesee Williams

Um dia, Gore Vidal foi à casa do seu amigo Tennessee Williams. Encontrou-o no escritório, às voltas com um conto que acabara de ser publicado. Vidal perguntou-lhe: «Porquê reescrever o que já está impresso?» A resposta foi rápida: «Parece-me que não está terminado».
É parte desse trabalho interminável que se pode ler na antologia
A Noite da Iguana e outras histórias, uma edição da Assírio & Alvim que reúne nove contos do escritor e dramaturgo norte-americano, nascido em 1911 e falecido em 1983. «Na minha opinião, os contos, e não as Memórias, são as verdadeiras memorias de Tennessee Williams», escreve Gore Vidal numa nota publicada na contra-capa do livro. «Transformou em prosa todos os acontecimentos da sua vida, reais ou imaginários. Excepto algumas incursões ocasionais pelo irreal, agarra-se à vida, à que viveu ou imaginou, com todas as suas forças». Além de A Noite da Iguana, o volume inclui os contos A Maldição; O Campo das Crianças Azuis; O Mutilado; Retrato de Uma Rapariga em Vidro; A Semente entre um Estojo de Violino e um Caixão; A Coisa Importante; O Pássaro Amarelo; e Sociedade a Dois. As traduções são de José Agostinho Baptista.
Entretanto, continua em cena, n'A Barraca, até dia 29, o espectáculo Peça Para Dois, de Tennessee Williams. A encenação é de Rita Lello, que também a interpreta, juntamente com Pedro Giestas.

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