sexta-feira, 11 de julho de 2008

Tempo para ouvir Dylan nunca muda


O cartaz é todo ele atractivo, mas os ouvidos vão estar virados apenas para um nome: Bob Dylan. O cantautor norte-americano regressa hoje a Portugal, para uma actuação no segundo dia do Optimus Alive, depois de, em 2004, ter passado pelo Festival Vilar de Mouros. Sem rivais à altura - o Super Bock Super Rock acabou ontem e Neil Young apenas toca amanhã (só Bonnie Prince Billy, na ZDB, dividirá alguns corações) - espera-se uma enorme enchente no Palco Principal do Passeio Marítimo de Algés.

Para o público português, este concerto surge, provavelmente, na melhor altura. A um ritmo constante, Dylan tem estado na ribalta (na verdade há mais de 40 anos que não sai de lá), com livros, filmes, documentários e um álbum de originais. Falamos da publicação de um volume de crónicas em Portugal (pela Ulisseia), das suas canções (pela Relógio d'Água), do seu único romance, Tarântula (pela Quasi), do fabuloso documentário No Direcion Home, de Martin Scorsese, e do arrojado filme biográfico I'm Not There, de Todd Haynes, não esquecendo o seu novo álbum, Modern Times, de 2006.

Aos 67 anos, Bob Dylan continua a renovar-se e a mostrar que a música não se faz só de marketing e de modas. Há muita arte à mistura, génio em doses pouco usuais e talento só comparável ao toque de Midas. E o tempo para ouvir Dylan nunca muda. Mesmo que o mundo à nossa volta já não seja o mesmo.

Antes de Bob Dylan, a partir das 21h40, sobem ao palco principal do Optimus Alive 2008 Kumpania Algazarra (17h), Nouvelle Vague (18h) e The John Butler Trio (20h20). Depois, para fechar a noite, é a vez Within Temptation (23h10) e Buraka Som Sistema (00h40).

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