segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ser Piaf




Como interpretar um dos maiores ícones de França? Como encarnar o espírito, os gestos, os olhares de Edith Piaf? Perguntas a que Marion Cotillard, 32 anos, soube responder da melhor maneira ao transformar-se na actriz principal de La Vie en Rose, de Olivier Dahan. A sua nomeação para os Óscares, depois da participação em Big Fish, de Tim Burton, é mais que justa. Cotillard consegue ser Piaf em tudo. E sabe contar a história da vida agitada e cheia de episódios tristes da cantora que não se arrependeu de nada, sem nunca ser lamechas. A verdade salta da tela e comove-nos profundamente. Marion mostra-nos Edith dos 18 aos 47 anos. Há um pai explorador, uma mãe desaparecida, as canções de rua, o primeiro agente (o sempre sublime Gerard Depardieu) a ascensão aos palcos mais famosos do mundo, os amores, as amizades, o declínio e a morte, num filme cuja banda sonora dispensa apresentações. Cotillard é Piaf menos naquilo que apenas Piaf pode ser. A voz que ouvimos nas canções é inimitável. Pensávamos que o resto também seria. Marion Cotillard prova-nos que não.

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