Se o que procura nos livros é um mundo alternativo ao real em que a certeza de um final feliz é uma constante, pode deixar de ler este post. Não é para si. Tal como Tudo o que sobe deve convergir, de Flannery O’Connor (ed. Cavalo de Ferro) não o é.
São nove contos, passados no Sul dos EUA. A brutalidade no mais humano de si. E o que pode ser mais brutal do que os sentimentos de um homem, os seus ódios, as suas fraquezas? Escrita, histórias e vidas violentas que, pela sua qualidade, e pela magnífica construção das personagens, não queremos – e quase não perdoamos – que acabem. Histórias de mães e filhos com relações tóxicas, histórias de racismo, histórias de senhores das plantações do Sul que não se adaptaram à nova sociedade, ao progresso, ao fim da escravatura, à decadência das suas fazendas. Os brancos são racistas, os negros não conseguem ultrapassar os vários anos de escravidão e abraçar a sua independência. A culpa e a dor são constantes. O mal entranha-se, tal como o calor que se pressente na paisagem. Escrita grotesca, que espelha a vida.
Apesar de ter vivido grande parte do tempo numa quinta, em ambiente de grande recolhimento, Flannery O’Connor analisa o ser humano, determinando as suas falhas, receios, traumas. E, por esse motivo, traça um destino fatal para aqueles que povoam as suas páginas.
A escritora morreu cedo, aos 39 anos, vítima de Lúpus. Ficou uma obra curta – 32 contos, dois romances, algumas críticas, comentários e cartas. Não é por isso que deixa de ser considerada uma das vozes mais importantes da literatura americana. Mas é por isso que tentamos ler a sua obra com um vagar impossível, na esperança de a podermos saborear durante mais tempo. Não faz mal. Há letras – poucas – que vale sempre a pena reler. Estas são algumas delas.
São nove contos, passados no Sul dos EUA. A brutalidade no mais humano de si. E o que pode ser mais brutal do que os sentimentos de um homem, os seus ódios, as suas fraquezas? Escrita, histórias e vidas violentas que, pela sua qualidade, e pela magnífica construção das personagens, não queremos – e quase não perdoamos – que acabem. Histórias de mães e filhos com relações tóxicas, histórias de racismo, histórias de senhores das plantações do Sul que não se adaptaram à nova sociedade, ao progresso, ao fim da escravatura, à decadência das suas fazendas. Os brancos são racistas, os negros não conseguem ultrapassar os vários anos de escravidão e abraçar a sua independência. A culpa e a dor são constantes. O mal entranha-se, tal como o calor que se pressente na paisagem. Escrita grotesca, que espelha a vida.
Apesar de ter vivido grande parte do tempo numa quinta, em ambiente de grande recolhimento, Flannery O’Connor analisa o ser humano, determinando as suas falhas, receios, traumas. E, por esse motivo, traça um destino fatal para aqueles que povoam as suas páginas.
A escritora morreu cedo, aos 39 anos, vítima de Lúpus. Ficou uma obra curta – 32 contos, dois romances, algumas críticas, comentários e cartas. Não é por isso que deixa de ser considerada uma das vozes mais importantes da literatura americana. Mas é por isso que tentamos ler a sua obra com um vagar impossível, na esperança de a podermos saborear durante mais tempo. Não faz mal. Há letras – poucas – que vale sempre a pena reler. Estas são algumas delas.
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