quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ontem não te vi no Second Life


Nunca se deve voltar a sítios onde se foi feliz. É o que se diz por aí. E com alguma razão. Mas eu não quis saber de bocas, ressuscitei o meu avatar, o Castanheira de Pêra, e regressei ao Second Life, quase dois anos depois do simulador de vida ter feito capa do JL. Os comandos estavam trôpegos nos dedos e o meu querido Castanheira, um segundo eu, parecia tão desajeitado como um principiante. Senti-me sobretudo como um emigrante que regressa à sua aldeia natal. Encontrei tudo tão mudado, como um estrangeiro na minha própria ilha, Portucalis. Dois anos no mundo virtual correspondem, pelo menos, a 20. Uma eternidade.
Ninguém, mas ninguém, nem um só dos meus amigos estavam por lá. Alguns estavam off-line (se calhar não fui na melhor hora), outros, pura e simplesmente tinham desaparecido, se evaporado ou, eventualmente, regressado à primeira vida. Eu, Castanheira de Pêra senti a solidão de um avatar perdido num arquipélago, demasiado novo para se reformar, mas demasiado velho para procurar novas amizades. Onde estariam os meus velhos amigos? Eu próprio os tinha abandonado e agora eles vingavam-se com a sua ausência. Como eram vivas aquelas festas n’O Caneco…
O Caneco, isso mesmo, fiz uma chamada de grupo para Os Amigos d’O Caneco. Após um longo silêncio, respondeu uma simpática desconhecida chamada Medeia Magne, que se dedica à construção In World (reproduzo o diálogo na íntegra já a seguir).
Descobri que a Summer e a Winter se tinham zangado (quando o Verão se zanga com o Inverno está tudo perdido). E o Caneco simplesmente desapareceu, assim como o Café Roma ou o Jardim Cinema. Portuclais, contudo, continuava lá. Mudada, vazia, mas com novas atracções. «Queres que eu te diga onde a malta agora se reúne?», pergunta-me a simpática Medeia. Claro que sim. Um dia destes passo por lá à noite. Será que ainda se lembram de mim?
Voar é como andar de bicicleta. Percorri um pouco dos céus. Fui a Bora Bora, para matar saudades, e passei pela loja da Medeia. Gostei da viagem. Enquanto rede social, o Second Life é sem dúvida a mais simpática de todas as plataformas: vasta, versátil, surpreendente. Um mundo invariavelmente novo, onde nenhum avatar se sente só.

2 comentários:

Winter disse...

Olá de novo Castanheira :o)

O Verão não se zangou com o Inverno. A RL foi a culpada e nada ficou perdido (excepto uma amizade que não tinha nada de virtual).

O Second Life continua, cada vez mais animado, cada vez com maiores horizontes.

Como te disse no comentário anterior (ou posterior?) aparece e pôr-te-ei a par dos desenvolvimentos, tanto a nível da plataforma como das coisas que por cá se continuam a fazer (e bem!)

Uma beijoka
Win

Marga disse...

Olá Castanheira!

Nesse dia em que revisitou Portucalis foi azar não ter encontrado amigos!

Portucalis está ligeiramente diferente daquele que conheceu, mas vivíssimo!

Na Academia Portucalis há aulas todas as semanas, ou outras iniciativas, como sejam ciclos de conferências, ou entregas de Diplomas, ou story tells, ou visitas de outras instituições de ensino RL e SL.

Na Galeria LX há uma nova exposição todos os meses (a última teve a sua inauguração no domingo dia 24 de Maio 09).

Na City Lights Bookstore debate-se um livro na última 2ªfª de cada mês (foi dia 25 de Maio 09. Debatemos o "Deus das Moscas" de William Golding).

No Largo das Flores, há várias lojas e um espaço dedicado a fotografia RL, designado Espaço Tripé, com exposições diferentes mensalmante.

O Caneco foi substituído pelo Bar da Academia, onde nos temos divertido imenso também.

Mais pontos de encontro não faltam. Como sempre nos caracterizou, os residentes de Portucalis são hospitaleiros e a casa ou cantinho de qualquer um pode ser o ponto de encontro dessa noite.

Espero que volte para poder contar de "viva voz" as novidades.

E para saber mais sobre Portucalis nada como espreitar o blogue respectivo: http://portucalis.wordpress.com

Um abraço saudoso
Marga