Se Deus existe tem que estar na Internet, caso contrário é uma trapaça obsoleta do tempo em que os animais (as pombas) falavam e as virgens tinham filhos. Um ente querido e ameaçador que morreu envenenado por um copo de ciência, assim que a Terra descobriu a sua órbita. Ou será que se manteve pregado àqueles primeiros dias criadores e hoje se confunde entre ratos e teclados, assim como a minha tia que acha que uma pena é uma esferográfica inglesa. Deus é muito mais velho, mas a sua natureza não lhe permite a arteriosclerose.
O Google sabe tudo. Então procurei «Deus» na Internet e, apesar do meu cepticismo, cliquei em «sinto-me com sorte». A sorte levou-me à Wikipédia, com um artigo completo, mas nada esclarecedor quanto à questão essencial: a sua existência. Se pesquisar Barack Obama logo me esclarecem que, apesar da sua dimensão mítica de super-herói, é um pessoa de carne e osso, com pai, mãe e filhos, e clara existência terrena. Se procurar o Noddy, dizem-me que são coisas de crianças, e informam-me do nome do desenhador. Mas sobre Deus não se arriscam a esclarecer. Talvez por não saberem.
Então, pergunto: «Será que Deus existe?». Encaminham-me para um livro de Nigel Warburton, em que se lê: «Se Deus existe, a existência humana pode ter sentido e podemos mesmo ter esperança na vida eterna. Se não, temos de criar nós mesmos o sentido das nossas vidas: nenhum sentido será dado a partir do exterior e a morte será provavelmente definitiva.»
Não é grande ajuda este «agora escolha». Será que podemos resolver o enigma por referendo no chat ou no Facebook? A Internet é crente apesar de tecnológica: são mais os sites religiosos do que ateus, mas isso é só porque quem não tem fé não faz questão de o exibir. E quem acredita sofre daquela maleita milenar de querer impor os seus credos a outros. E, na verdade, eu já sabia que não ia encontrar Deus na Internet. Apenas sites sobre ele. Talvez o problema tenha sido esse: fiz a pesquisa com pouca fé. Se Deus existe é mais natural que me envie uma mensagem com o texto: «Olá Manel, eu sou o teu Deus!». Que certamente irá parar ao junk mail.
O Google sabe tudo. Então procurei «Deus» na Internet e, apesar do meu cepticismo, cliquei em «sinto-me com sorte». A sorte levou-me à Wikipédia, com um artigo completo, mas nada esclarecedor quanto à questão essencial: a sua existência. Se pesquisar Barack Obama logo me esclarecem que, apesar da sua dimensão mítica de super-herói, é um pessoa de carne e osso, com pai, mãe e filhos, e clara existência terrena. Se procurar o Noddy, dizem-me que são coisas de crianças, e informam-me do nome do desenhador. Mas sobre Deus não se arriscam a esclarecer. Talvez por não saberem.
Então, pergunto: «Será que Deus existe?». Encaminham-me para um livro de Nigel Warburton, em que se lê: «Se Deus existe, a existência humana pode ter sentido e podemos mesmo ter esperança na vida eterna. Se não, temos de criar nós mesmos o sentido das nossas vidas: nenhum sentido será dado a partir do exterior e a morte será provavelmente definitiva.»
Não é grande ajuda este «agora escolha». Será que podemos resolver o enigma por referendo no chat ou no Facebook? A Internet é crente apesar de tecnológica: são mais os sites religiosos do que ateus, mas isso é só porque quem não tem fé não faz questão de o exibir. E quem acredita sofre daquela maleita milenar de querer impor os seus credos a outros. E, na verdade, eu já sabia que não ia encontrar Deus na Internet. Apenas sites sobre ele. Talvez o problema tenha sido esse: fiz a pesquisa com pouca fé. Se Deus existe é mais natural que me envie uma mensagem com o texto: «Olá Manel, eu sou o teu Deus!». Que certamente irá parar ao junk mail.
2 comentários:
Ai deus,que texto tão bom de ler. Obrigada e escreve mais assim.
Secundo aqui a Ana Paula! Magnífico! Sabe bem saber que existe desprendimento e salubridade por parte de alguns dos meus semelhantes.
Enviar um comentário