Há uma profunda melancolia nas imagens que compõem a nova exposição de Raquel Mendes, Verosímil, patente na Galeria Sopro, em Lisboa, até 16 de Maio. Recorrendo à fotografia e ao vídeo, a artista capta ambientes e paisagens familiares, em que os recantos, os objectos, as mobílias, os rostos e as marcas do quotidiano revelam histórias que as palavras não sabem contar. Porque é de tempo e de espaço, de silêncio e de memória, de imaterialidades que estas imagens nos falam. São retratos de casas habitadas por pessoas, de pessoas habitadas por emoções. São retratos de uma vivência concreta, que não foi encenada e que Raquel Mendes, nascida em 1978, em Setúbal, registou para criar, no seu conjunto, uma narrativa que tem tanto de verdadeira, como de imaginária. «Existe uma elegante, directa simplicidade no [seu] trabalho multi-media. Os trabalhos de vídeo são filmados em tempo real, sem edição, nenhuma manipulação. Os assuntos que capta com a câmara – a casa, pertences pessoais, e reuniões de família – são familiares a todos nós», escreve John Calcutt na apresentação da mostra. «E ainda o poder real do seu trabalho decorre de coisas – o chamado abstracções – que escapam totalmente à câmara: tempo e mortalidade, amor e perda. Debaixo da superfície de mundanas aparências do quotidiano, além do poder de descrição, Verosímil consegue transmitir algo mais, algo que evita o olho».
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