quinta-feira, 19 de março de 2009

Três poemas de Herman Melville

Stonewall Jackson
mortalmente ferido em Chancellorsville
(Maio de 1863)

O Homem mais temido na batalha,
aaCujas espada e oração longas eram -
aaaaaaaaaaaaaaaStonewall!
aaAté ele, que resoluto persistiu no Erro,
Como o podemos louvar? Porém, dias vindouros
aaNão o esquecerão com esta canção.

Morto o Homem cuja Causa morreu,
aaEm vão morreu e sua marca deixou -
aaaaaaaaaaaaaaaStonewall!
aaSincero no erro, assim sentimos;
Fiel ao que sentia ser dever seu,
aaFiel como John Brown ou o aço.

Implacável derrotou-nos;
aaMas nós compadecêmo-nos, na queda -
aaaaaaaaaaaaaaaStonewall!
aaCom justiça sua fama banimos; mas soltamos
Uma lágrima sobre o ataúde do corajoso Homem da Virgínia
aaPois coroa de flores não temos.

Longe da Margem

Vede, a jangada, um sinal flutuando,
aaFrágil - um fragmento;
Ninguém jaz sobre esses mastros fustigados,
aaVivo ou morto.

Gemem as aves sobre ela pairando,
aa«Marinhagem, marinhagem?»
E as vagas, incessantes, atacam-na,
aaAssaltam-na uma vez mais!

O lamento de C________

aaQuão bela era a luz do céu,
Que anjos dos céus desceram
Quando a juventude era algo mais do que vinho
E o homem e a natureza pareciam divinos
Aqui senti, porém, que a juventude devia perecer.

aaAqui senti, porém, que a juventude devia perecer.
Quão insubstancial parecia a terra,
A terra de Aladino! em cada avanço,
Ou ali ou aqui, um novo romance;
Jamais sonhei poderem desvanecer-se.

aaE nada então tinha senão o seu valor,
A própria dor. Sim, prazer ainda e dor
Numa rápida reacção da vida fizeram
Uma disputa de um amante, feliz disputa
Não juventude que não volta mais.

aaMas não voltará a juventude?
Também para o seu leito de morte ele partiu,
E só me deixou para à noite despertar
Com um coração, outrora leve?
Oh, junto à sua cabeça depositai - uma pedra!

Da antologia de Poemas, de Hermam Melville, uma edição da Assírio & Alvim, com selecção, tradução e introdução de Mário Avelar.

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