Iniciada em 1999, a colecção de Fotografia do Museu do Chiado tem vindo a estudar e a divulgar uma época particularmente importante para a afirmação desse suporte artístico em Portugal: os anos 50. «A fotografia portuguesa, neste período, reflecte de forma ímpar muitas das dissonâncias e conflitos estéticos então vividos, que só podem ser lidos e entendidos em articulação e cruzamento permanente com todas as outras áreas da vida cultural, social e política», afirma Emília Tavares, a comissária da exposição Batalha de Sombras, que reúne um conjunto de obras dessa década. «Mais do que uma batalha entre tradição e inovação assistimos a uma ambivalência entre representação e apresentação, técnica e inspiração, alta e baixa cultura, estética e ética, arte e ideologia.» A mostra estará patente no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, entre amanhã, sábado, 7, e 14 de Junho. A partir dela é possível fazer o retrato de uma sociedade, em pleno Estado Novo, dividida entre a arte pela arte e a mensagem política.
Fotos de Hugo Sena, Poligonal, António Paixão, Sedução, Gérard Castello-Lopes, Paris, e Carlos Afonso Dias, Nazaré.
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