segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A mulher-polícia que também vendia t-shirts

Joan Wasser entrou em palco com um top com folhos cor de tijolo e uma saia travada da mesma cor. Vestia também umas collants roxas e botas acolchoadas cor de cobre, que pareciam saídas de um episódio do Star Trek. O cabelo, pintado de um loiro acobreado, muito despenteado, parecia encaixado sobre a cabeça, o que levantava dúvidas sobre a sua autenticidade.
Ontem, o C.C. Olga Cadaval foi o espaço de uma noite memorável. Joan as Police Woman y sus muchachos (Timo Ellis no baixo e Parker Kindred na bateria) chegaram para o tamanho do palco e do tecto alto. A voz de Joan, devidamente emoldurada pelos poucos instrumentos e as bem pensadas back vocals, entrou pelos ouvidos do público dentro de forma impressionante. Desde a mais suave canção de embalar até ao blues mais sensual, não se inibiu de mostrar tudo o que o seu poder vocal é capaz de fazer. Aos mais atentos, até lhes pareceu que cantou fado, sem o saber.
À excelência musical juntaram uma forma de estar verdadeiramente descontraída e íntima. Em certas alturas, parecia que estávamos apenas sentados a assistir a um ensaio. Joan afinou as guitarras constantemente, enquanto conversava. No final, até agradeceu as gargalhadas que oferecemos às suas piadas. Entre um comentário e outro, a «mulher-polícia» tocou as canções do novo álbum, To survive, não se esquecendo da devida incursão pelo primeiro, Real Life, que resultou nos momentos mais aplaudidos da noite.
Mas o que tornou a visita de Joan as Police Woman realmente especial aconteceu já fora da sala. Num balcão junto à porta, como é habitual no final dos espectáculos, dois homens e uma mulher dispuseram cds, t-shirts e casacos de fecho, numa tentativa de dirigir o fervor do público para o consumo. A mulher, que ia pedindo 15 euros a troco de cada cd e sorrindo para as fotografias, vestia um conjunto de top e saia, de um tecido cor de tijolo que parecia pele de cobra, meias roxas e botas acolchoadas. O cabelo, pintado de loiro, demasiado desalinhado para não ser autêntico. Adivinhem quem era.

1 comentários:

Maria disse...

Também a Jana Hunter andou a vender o merchandising no Maxime.