quarta-feira, 2 de julho de 2008

Tudo Optimus



No gingle de apresentação do Optimus Alive uma rapariga é examinada pela médica. Sofre do mais estranho fenómeno: sai-lhe a música de Bob Dylan pelo umbigo «How does it feel to be on your own, like a rolling stone?». Este é o Verão em que todos os dinossauros pisam os palcos portugueses. E o público não é apenas quarentão, a avaliar pelo umbigo da menina.
O Optimus Alive bate a concorrência aos pontos, e facilmente poderá ser eleito o melhor festival de 2008 (Paredes de Coura terá Sex Pistols e Primal Scream). Não é qualquer um que reúne no mesmo cartaz Bob Dylan e Neil Young. Não consta que toquem juntos. Não são estreias em Portugal. Dylan já tinha arrastado por aqui a sua harmónica, no final dos anos 80, no Dramático de Cascais. Imagine-se o luxo: a primeira parte era Laurie Anderson. Apesar do rosto não esconder o passar do tempo (para a voz não faz grande diferença) apresenta-se em grande forma, depois do seu último álbum, Modern Times, ter sido aclamado pela crítica. Neil Young é uma força da natureza. E aos 62 anos parece decidido a fazer a revolução. Em 2006, criou um magnífico manifesto anti-Bush, o equivalente a Michael Moore em disco. E agora voltou a juntar-se a Crosby, Stills e Nash para continuar a perseguir velhos ideais. Mas ao Optimus vem a solo. E deve percorrer algumas, apenas algumas, das canções mais marcantes de uma carreira de mais de 30 discos.
Mas muito mais passa pelo Optimus. No dia 10, uma das mais esperadas reuniões do ano: a força eléctrica dos Rage Against Machine e actualidade da sua mensagem contestatária. O rock duro dos the Hives, de volta a Portugal depois do espectáculo do Coliseu de Lisboa. E ainda o punk-cigano dos Gogol Bordello. O rock low-fi dos National. O rock etéreo dos Spiritualized. A feliz electrónica dos brasileiros Cansei de Ser Sexy. Ou a sensação nova-iorquina Vampire Weekend. Ou um DJ-Set de Peaches.
Além de Bob Dylan, a 11, o metal sinfónico de Within Temptation. A fusão mestiça do John Butler Trio. O Kuduro dos Buraka Som Sistema. Ou o revivalismo dos Nouvelle Vague. No dia seguinte, ao lado de Neil Young, brilha Ben Harper, que já é um habitué dos nossos palcos. O surf de Dovan Frankenheimer, o intimismo do multinstrumentista Xavier Rudd, o rock dos Gossip ou a electrónica de Juan McLean.


Dia 10 de Julho: Rage Against The Machine, The Hives, Gogol Bordello, The National, Spiritualized, Cansei de Ser Sexy, MGMT, Vampire Weekend, Hercules and Love Affair, Galactic feat. Lyrics Born and Boots Riley (of The Coup), Peaches (Dj set), Tiga; Boys Noize, Kalashnikov e Sons Of Albion.
Dia 11 de Julho: Bob Dylan, Within Temptation, John Butler Trio, Buraka Som Sistema, Nouvelle Vague, Uffie and Feadz, SebAstian, DJ Mehdi, Vicarious Bliss, MR Flash, Krazy Baldhead e Busy P.
Dia 12 de Julho: Neil Young, Ben Harper & The Innocent Criminals, Donavon Frankenreiter, Xavier Rudd, Braddigan (Of Dispatche), Róisín Murphy, Gossip, Midnight Juggernauts, MSTRKRFT, Brodinski e The Juan MacLean.



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