sexta-feira, 11 de julho de 2008

Hoje soube a pouco

À semelhança do que aconteceu no Festival Vilar de Mouros, em 2004, Bob Dylan não autorizou a captação de imagens por parte da comunicação social. E mesmo os ecrãs gigantes, que ajudam o público mais afastado a acompanhar o concerto, ficaram limitados na sua acção. A grua não pôde ser usada, nem as duas câmaras de palco, pelo que o realizador teve de oscilar, ao longo da hora e meia de espectáculo, entre planos de gerais, médios e alguns americanos.

A actuação de Bob Dylan ajustou-se a esse formato. Foi um concerto escorreito, mas nunca extraordinário, havia dinâmica em palco, mas nada saiu do previsto. Mesmo a música de despedida, já no encore, Like a Rolling Stone, provou o desfasamento entre o público e o músico. Como se a câmara estivesse bem enquadrada mas a lente desfocada, Bob Dylan insistia na nova roupagem que emprestou à emblemática canção, enquanto na audiência gritava-se o ritmo mais popular e conhecido. Dylan nunca olhou para o público, a não ser nos agradecimentos, e só falou no fim, quando perguntou se agora estava tudo melhor.

Não terá sido propriamente uma desilusão a presença de Bob Dylan no segundo dia do Optimus Alive 2008, mas soube a pouco. Sobretudo por ter surgido na sequência de uma alteração de última hora no agendamento do palco principal. Devido a problemas com o voo de ligação a Lisboa, os Nouvelle Vague cancelaram o concerto. Coube ao The John Butler Trio o preenchimento da hora vaga, com uma actuação mais longa. Foi boa, mas mais uma vez soube a pouco. E só os espectáculos dos Within Tempation e dos Buraka Som Sistema, com forte componente cénica e visual, terão equilibrado as contas.

1 comentários:

Anónimo disse...

Eu não fui, mas li e ouvi as críticas e também cheguei à conlusão que não perdi nada de genial.