Há dias assim. Em que esbarramos sistematicamente com uma música que há muito não ouvíamos. Já não nos lembrávamos do som e eis que, num curto espaço de tempo, ela nos assalta os ouvidos várias vezes. Na rádio de manhã enquanto seguimos para o emprego, no café onde almoçamos, no VH1 à noite enquanto semi-adormecidos fumamos um último cigarro. E, num repente, a canção que há anos não ouvíamos, passou a fazer de novo parte do nosso quotidiano. Não acontece só com a música. Também há aquele amigo há muito esquecido, ou pouco lembrado, com o qual esbarramos três vezes numa semana. E, num ápice, a amizade retoma-se. Ou perde-se de vez, que a vida dá muitas voltas e, nesse girar, tudo muda.
Eu esbarrei com a Amy Winehouse. Já há algum tempo que decidi deixar de ouvir a sua música. Tudo o que é demais enjoa, e eu enjoei. Há meses que basta ligar o rádio para ouvir alguma das suas canções. No outro dia, porém, enquanto via televisão numa noite de insónias descobri a transmissão de um concerto da cantora inglesa. Como as alternativas eram poucas – mesmo com cem canais – fiquei a ver. Mas não pensei mais no assunto. Uns dias depois, voei para Londres e a Amy voltou à minha vida.
Estava eu no meio de Chelsea, o mais posh e rico dos bairros londrinos, quando um amigo me apontou um cabeleireiro. São muitas as celebridades que ali vão, disse-me. Que se me pusesse ali à porta talvez encontrasse a Amy Winehouse. Não era o programa turístico que me interessava, por isso continuei as minhas deambulações pela capital inglesa. Em Camden – de onde a cantora é originária – julguei vê-la. Era ela, tinha quase a certeza. O seu cabelo é inconfundível, tal como o carregado risco preto nos olhos e as roupas sui generis. Mas…não era. Olhei à minha volta e vi várias mulheres, vestidas e pintadas como a cantora a andarem por ali. Interroguei-me: será uma tribo urbana a que Winehouse já pertencia, ou terá ela dado origem a um novo look?
Voltei a Portugal e a pergunta de todos os que encontrava era a mesma: «Vais ao Rock in Rio ver o concerto da Amy? Será que ela vem mesmo?» Cada jornal que abria também trazia um artigo sobre a cantora. Veio. A uns agradou, a outros desiludiu. Quanto a mim, enjoei mais uma vez. E agora digo, em semana de boicotes: «Eu não fui, não fui, não fui!»
Eu esbarrei com a Amy Winehouse. Já há algum tempo que decidi deixar de ouvir a sua música. Tudo o que é demais enjoa, e eu enjoei. Há meses que basta ligar o rádio para ouvir alguma das suas canções. No outro dia, porém, enquanto via televisão numa noite de insónias descobri a transmissão de um concerto da cantora inglesa. Como as alternativas eram poucas – mesmo com cem canais – fiquei a ver. Mas não pensei mais no assunto. Uns dias depois, voei para Londres e a Amy voltou à minha vida.
Estava eu no meio de Chelsea, o mais posh e rico dos bairros londrinos, quando um amigo me apontou um cabeleireiro. São muitas as celebridades que ali vão, disse-me. Que se me pusesse ali à porta talvez encontrasse a Amy Winehouse. Não era o programa turístico que me interessava, por isso continuei as minhas deambulações pela capital inglesa. Em Camden – de onde a cantora é originária – julguei vê-la. Era ela, tinha quase a certeza. O seu cabelo é inconfundível, tal como o carregado risco preto nos olhos e as roupas sui generis. Mas…não era. Olhei à minha volta e vi várias mulheres, vestidas e pintadas como a cantora a andarem por ali. Interroguei-me: será uma tribo urbana a que Winehouse já pertencia, ou terá ela dado origem a um novo look?
Voltei a Portugal e a pergunta de todos os que encontrava era a mesma: «Vais ao Rock in Rio ver o concerto da Amy? Será que ela vem mesmo?» Cada jornal que abria também trazia um artigo sobre a cantora. Veio. A uns agradou, a outros desiludiu. Quanto a mim, enjoei mais uma vez. E agora digo, em semana de boicotes: «Eu não fui, não fui, não fui!»
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