Raspadinhas, pipocas, vales de desconto, autênticas ofertas. Na Feira do Livro de Lisboa todas as estratégias são boas para convencer os leitores. Hoje subimos a feira pelo lado esquerdo, depois de ontem termos descido pelo lado oposto. Começamos no stand da APEL e acabaremos junto à roulotte das bifanas e da barraquinha do café. E o difícil será a escolha, senão vejamos.
Se houvesse um prémio para a promoção mais original, seria seguramente entregue à Presença, que apostou forte nesta Feira do Livro. A ideia é aliar o prazer da leitura ao do jogo. Nesta campanha, cada euro é equivalente a um ponto. E, já se sabe, é no acumular que está o ganho. Assim, com 25 pontos recebe-se uma «Raspadinha de Bronze», que dá direito a um livro, ou a um pack alegria ou à restituição total dos 25 euros. É a sorte que dita o destino. O mesmo sistema é usado para as raspadinhas seguintes: a de Prata, com 100 pontos, a de Ouro, com 200, e a de Diamante, com 400 pontos.
É, de facto, surpreendente, sobretudo se se acrescentar que o cliente com mais pontos acumulados ganhará um... computador portátil! Isso mesmo. E sem sorteio. No site da Presença uma tabela exibe a posição relativa no ranking dos melhores clientes. É ler e ganhar.
Talvez para rivalizar com esta promoção, outra editora também puxou pela imaginação. A Oficina do Livro oferece, aos fins-de-semana, um pacote de pipocas na compra de um livro, por mais barato que seja, desde que não esteja nos saldos. A estratégia resulta, principalmente quando as crianças ameaçam uma birra, por estarem cansadas ou fartas de tanta subida.
No entanto, mais frequentes para chamar a atenção dos viandantes são os pavilhões só com promoções. Uma inovação, introduzida há alguns anos, que tem cada vez mais adeptos. É o caso da Assírio & Alvim, da Relógio D'Água, da Europa-América, da Bertrand e da Quetzal, da Dinalivro, da Sodilivros e do stand que junta as editoras Oficina do Livro, Casa das Letras, Teorema e Estrela Polar.
Também há vales de descontos, quando se atinge um determinado montante. Na Ambar, por exemplo, recebe-se um euro por compras entre os 20 e os 30 euros, e assim sucessivamente. Na Plátano, são cinco euros por cada 25.
Depois, há «preços amigos», na Estampa, «preços muitos especiais», na Guerra e Paz, e saldos de uma forma mais genérica na Antígona, Afrontamento, Círculo de Leitores, Esfera do Caos, Gradiva, Minerva, Replicação, Temas e Debates e Ulisseia.
Por último, deparamo-nos com a lógica do shampoo, ou seja, leve mais, pague menos. Nos Livros do Brasil, um título custa quatro euros, enquanto três são 10, já para não falar nas colecções de bolso, cuja base de licitação é apenas 50 cêntimos, chegando a atingir um máximo de... 3,50 euros. Na Europa-América e na Bertand, quando leva três livros um deles é gratuito. Na Sá da Costa, antes de escolher, decida o desconto: 20, 40, 50, 60, 70 ou 80 por cento!
E mãos para tudo isto? A Alethêia pensou em si e vende sacos com papel reciclado, reutilizando os cartazes de publicidade dos seus livros e autores.
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