sexta-feira, 30 de maio de 2008

É fazer as contas 7

Hoje, na Feira do Livro de Lisboa, com 30 euros, comprava tudo do mesmo tradutor. Do mesmo tradutor? Isso mesmo. Hoje, não importava o nome, nem o título, nem a editora. Até porque há uma espécie de selo de garantia em todos os livros traduzidos por Aníbal Fernandes. Muito antes das fichas de cliente da Amazon, com sugestões de leitura, já ele nos indicava um caminho, pessoal e transmissível, por entre a história da literatura universal. Por vezes longe do cânone, quase sempre marginal. E o mais difícil seria a escolha, vasta que é a oferta. Tendo em conta o orçamento, talvez deixasse de fora a magnífica edição de Pantagruel, de François Rabelais, que a Frenesi lançou com ilustrações de Gustave Doré (16 euros). Ou a emblemática Viagem ao Fim da Noite, de Céline, há muito está esgotada e com promessa de reedição na Ulisseia. Escolheria, então, A Espuma dos Dias, de Boris Vian, na Relógio d’Água (9 euros), Zaroff (O jogo mais perigoso), de Richard Connell, na Assírio & Alvim (11 euros). E, nesta mesma editora, que está a reeditar grande parte das suas traduções, inicialmente lançadas na & etc, gastava os últimos cartuchos: Sem Amanhã, Vivant Denon (7 euros), e Mocidade, de Joseph Conrad (3 euros). Nestes livros, como em muitos outros, o que mais se destaca é o cuidado na recriação do estilo de cada autor e a profunda compreensão do romance ou novela em causa. E se não gosta de prefácios, mude de ideias. Às vezes, chega a ser tão bom como o livro. Troco? Conta certa.

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