Big Maio 68

O quê melhor do que o jazz (pela sua inerente chamada à liberdade) e o poder esmagador de 30 músicos, em simultâneo, para se fazer ouvir o eco da revolução? Que não se perca tempo a responder a esta pergunta. O concerto com a Kronstadt Big Band é amanhã, sábado (16), na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, às 22 e 30. A assinalar os 40 anos do Maio de 68, o enorme grupo irá executar um repertório bem sugestivo, tendo em vista o movimento libertário que está em causa. Song For Che, de Charlie Haden, será o tema de arranque, com a direcção e arranjos de Zé Lencastre (saxofone alto). Segue-se Les Anarchistes, de Léo Ferré e Et Alors?, de Marc Boutillot, com direcção e arranjos de Johannes Krieger (trompete). O auge da libertação, um verdadeiro hino ao Maio de 68, dar-se-á com uma improvisação totalmente livre – Jouisses Sans Entrave – dirigida por Pedro Roxo (contrabaixo). Não só os temas servirão de mote revolucionário, mas também a abordagem pretende soltar-se de moldes, e padrões pré-definidos, muito ao estilo do freejazz – que se insere na mesma década do movimento e na mesma linha de pensamento e atitude. O nome da Big Band é uma alusão à revolta de Kronstadt, um confronto armado de marinheiros contra o governo bolchevique, em 1921. Espera-se, portanto, que neste dia seja a própria música uma verdadeira revolução.

Formação da Kronstadt Big Band:

Carlos ‘Zíngaro’ – violino
Marta Plantier – voz
Guilherme Rodrigues – violoncelo
Miguel Leiria Pereira – contrabaixo
Pedro Roxo – contrabaixo
Miguel Mira – fatum bass
Mafalda Nascimento – violoncelo e voz
Nuno Miguel Soares – guitarra acústica e voz
Daniel Neto – guitarra eléctrica
Guilherme Leal – guitarra eléctrica
Jorge Lampreia – saxofone soprano e flauta
José Lencastre – saxofone alto
Rodrigo Amado – saxofone tenor e barítono
Abdul Moimême – saxofone tenor
Gonçalo Lopes – clarinete baixo
Johannes Krieger – trompete
Luís Vicente – trompete
Eduardo Lala – trombone
Sérgio Fernandes – tuba
Filipe de Sousa – teclados
Armando Gonçalves Pereira – acordeão
Nuno Lima – electrónica
Ricardo Webens – electrónica (circuito bending)
Luís Desirat – bateria
Pedro Castello-Lopes – percussões
Mukyo – djembe
Jorge M. Oliveira – congas
Diogo Andrade – bongós
Monsieur Trinité – objectos diversos

Rui Luís – vídeo
Diogo Tavares – sound designer