Vingativas, obsessivas, assassinas, depravadas, conservadoras, solitárias, apaixonadas, iludidas, enganadas. No último livro de Ruben Fonseca, Ela e Outras Mulheres, que a Campo das Letras acaba de publicar (152 pp, 13 euros), há mulheres com todos os perfis. E também para todos os nomes, perfazendo este pequeno volume – que se lê de enfiada – um abecedário do sexo feminino, de A a Z. O olhar é sempre crítico e a misoginia aparente. Ruben Fonseca é implacável tanto para as mulheres, como para os homens. Desconfia de ambos, embora a atracção para descrever estas Pequenas Criaturas, título de um outro livro seu, seja enorme. Um vício.
E é viciante percorrer as páginas deste livro. Uma história conduz a outra. Ainda que as ligações entre si sejam ocasionais, a sua sequência assemelha-se a uma pintura cubista em que a retratada emerge da fusão de todas as perspectivas. Até porque Rubem Fonseca, Prémio Camões 2003 e indiscutivelmente um dos maiores escritores de língua portuguesa – nasceu em Minas Gerais, em 1925 –, é um mestre na narrativa curta e na caracterização das suas figuras. Breves pinceladas, sempre muito visuais, a exacta expressão do pensamento das personagens, os banais quotidianos em que se movimentam. Em alguns casos, as mulheres são apresentadas pelo olhar masculino, mas a maioria ‘mostra-se’ em discurso directo.
É próprio da crítica literária lidar com análises qualificativas. E Ela e Outras Mulheres tem sido apresentado como um livro menor de Ruben Fonseca. O que, em certa medida, perante obras como O Caso Morel, A Grande Arte e Agosto, no romance, ou nas inúmeras colectâneas de contos, é defensável. Também é certo que o seu estilo é dos mais copiados por essa Internet fora, onde a brevidade da leitura é confundida com a celeridade da escrita. Contudo, ao iniciarmos cada conto reconhecemos automaticamente a sua marca. O tom da sua voz a seduzir os leitores. Quer sejam homens ou mulheres.
E é viciante percorrer as páginas deste livro. Uma história conduz a outra. Ainda que as ligações entre si sejam ocasionais, a sua sequência assemelha-se a uma pintura cubista em que a retratada emerge da fusão de todas as perspectivas. Até porque Rubem Fonseca, Prémio Camões 2003 e indiscutivelmente um dos maiores escritores de língua portuguesa – nasceu em Minas Gerais, em 1925 –, é um mestre na narrativa curta e na caracterização das suas figuras. Breves pinceladas, sempre muito visuais, a exacta expressão do pensamento das personagens, os banais quotidianos em que se movimentam. Em alguns casos, as mulheres são apresentadas pelo olhar masculino, mas a maioria ‘mostra-se’ em discurso directo.
É próprio da crítica literária lidar com análises qualificativas. E Ela e Outras Mulheres tem sido apresentado como um livro menor de Ruben Fonseca. O que, em certa medida, perante obras como O Caso Morel, A Grande Arte e Agosto, no romance, ou nas inúmeras colectâneas de contos, é defensável. Também é certo que o seu estilo é dos mais copiados por essa Internet fora, onde a brevidade da leitura é confundida com a celeridade da escrita. Contudo, ao iniciarmos cada conto reconhecemos automaticamente a sua marca. O tom da sua voz a seduzir os leitores. Quer sejam homens ou mulheres.
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