Lembro-me de descer a Avenida da Liberdade às cavalitas do meu pai enquanto gritava «CGTP – Unidade Sindical». Embora aos cinco anos as palavras nada significassem para mim, divertiam-me. À medida que fui crescendo, participei em várias manifestações e fui-lhes entendendo o significado. São a voz do povo. Algumas causas moveram-me mais do que outras. A minha sensibilidade adolescente comoveu-se particularmente com um povo oprimido como o timorense. Por isso caminhei e gritei ao longo das ruas, fiz cordões humanos à porta de embaixadas e minutos de silêncio.
Foi com esta memória que no outro dia vi um cartaz a anunciar uma conferência sobre a libertação da Papuásia Ocidental. Pouco sabia sobre este país, apenas que reivindicava a independência da Indonésia. A Papuásia Ocidental foi ocupada pela Indonésia em 1963 e, desde então, a Amnistia Internacional estima que tenham morrido mais de cem mil papuásios devido à violência do exército indonésio. Os recursos naturais do país, como o gás natural e o petróleo, são explorados quer pela Indonésia quer por empresas estrangeiras – como a BP e a Rio Tinto. Não há liberdade de expressão: os papuásios que se queiram manifestar contra o governo indonésio são presos, perseguidos, torturados.
Foram várias as histórias de terror que ouvi contadas na primeira pessoa por Benny Wenda, líder do Movimento pela Independência da Papuásia Ocidental no Reino Unido. Perguntei-me porque não gritámos nós pela sua libertação – esteve preso mais de uma década por ser uma voz discordante. Porque só gritámos por Timor e por Xanana? Talvez porque não soubéssemos. São várias as injustiças ocorridas no mundo. Nem todas fazem capa de jornais, como ontem Timor, como hoje o Tibete. Algumas são silenciadas, o que gera indiferença na opinião pública.
Ao ouvir Benny Wenda, porém, ninguém ficou indiferente. Após a conferência terminar, quase todo o público permaneceu na sala, e ali nasceu um grupo que luta para que as vozes dos papuásios sejam ouvidas no mundo, uma vez que aos próprios não é permitido gritar. Acredito que nenhuma voz deve ser silenciada, que todas têm direito a ser ouvidas. Sobretudo quando clamam por liberdade. Esta é a minha manifestação pessoal. Qual será a sua?
Foi com esta memória que no outro dia vi um cartaz a anunciar uma conferência sobre a libertação da Papuásia Ocidental. Pouco sabia sobre este país, apenas que reivindicava a independência da Indonésia. A Papuásia Ocidental foi ocupada pela Indonésia em 1963 e, desde então, a Amnistia Internacional estima que tenham morrido mais de cem mil papuásios devido à violência do exército indonésio. Os recursos naturais do país, como o gás natural e o petróleo, são explorados quer pela Indonésia quer por empresas estrangeiras – como a BP e a Rio Tinto. Não há liberdade de expressão: os papuásios que se queiram manifestar contra o governo indonésio são presos, perseguidos, torturados.
Foram várias as histórias de terror que ouvi contadas na primeira pessoa por Benny Wenda, líder do Movimento pela Independência da Papuásia Ocidental no Reino Unido. Perguntei-me porque não gritámos nós pela sua libertação – esteve preso mais de uma década por ser uma voz discordante. Porque só gritámos por Timor e por Xanana? Talvez porque não soubéssemos. São várias as injustiças ocorridas no mundo. Nem todas fazem capa de jornais, como ontem Timor, como hoje o Tibete. Algumas são silenciadas, o que gera indiferença na opinião pública.
Ao ouvir Benny Wenda, porém, ninguém ficou indiferente. Após a conferência terminar, quase todo o público permaneceu na sala, e ali nasceu um grupo que luta para que as vozes dos papuásios sejam ouvidas no mundo, uma vez que aos próprios não é permitido gritar. Acredito que nenhuma voz deve ser silenciada, que todas têm direito a ser ouvidas. Sobretudo quando clamam por liberdade. Esta é a minha manifestação pessoal. Qual será a sua?
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1 comentários:
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“Se apoiou a causa de Timor Leste, não pode ficar indiferente ao drama da Papuásia Ocidental.”
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