sábado, 15 de março de 2008

Do amor, Manuel Alegre

Do amor fica sempre uma canção.
Fica um sinal na pele. Fica um sinal.
Do amor fica um sim e fica um não.
Fica o sol e a sombra. Fica o sal.

Do amor fica sempre um coração
a pulsar na memória o tempo breve
de sua chama a arder um só Verão.
Do amor fica amor que se não teve.

Fica uma réstea e um rasto de navio.
Do amor o que fica é um passar
que do amor como o tempo é ser um rio
como um rio fluir e assim ficar.

E por isso de amor este arrepio
de se morrer (de se viver) de amar.

3 comentários:

Nysa disse...

ola, o vosso blog é muito interessante e o poema é muito bonito. tenho uma pergunta: precisava do artigo sobre o filme Fados de carlos saura, que foi publicado no jl em outubro ou novembro, para o meu trabalho para a universidade. por acaso algum de vocês tem esse jl e a disponibilidade de me enviar??? muito obrigada desde já. cumprimentos

Unknown disse...

Do amor fica uma canção.
Fica um benigno sinal na pele.
Do amor fica um sim e um não.
Fica o sol, o sal, uma sombra.

Fica do amor sempre o coração
A pulsar na memória breve.
Chama que ardeu um só Verão
Do amor fica o que se não teve.

Fica uma naufrágio, um rasto de navio.
Dele o que fica é um passar
Que amor como o tempo é um rio

Um rio a fluir para assim ficar.
Por isso de amor este arrepio
de se morrer (de viver) e amar.

Unknown disse...

permita-se me a glosa. Imitando os mestres se aprende