No passeio, em frente à entrada da Lada Projects Gallery, em Berlim, vai estar uma escultura Fallen, que evoca Damiel, o anjo caído de As Asas do Desejo, de Wim Wenders. Dentro da galeria, Noé Sendas apresenta, a partir do dia 9, The Dreamers, duas instalações-objecto e uma vídeo-instalação. Os sonhadores são, de resto, mais uma série de personagens que o artista, actualmente residente em Berlim, acrescenta à sua galeria de figuras criadas para melhor desenvolver as suas «investigações» ou «visões» sobre as imagens, os objectos de uso corrente, de alguma maneira marcantes no mundo em que vivemos.
Nesse trabalho de persistente redescoberta e reavaliação, inscreve-se outra personagem que Sendas construiu, O Caçador/ The Hunter, que apresenta em Lisboa, na Galeria Cristina Guerra, até 23. Aí mostra dois vídeos e uma foto-instalação, em que a ideia de «montagem» é fulcral. As fotografias resultam da sobreposição de imagens de filmes e dos lugares que os actores habitam como fantasmas. Nos vídeos, Noé Sendas parte de imagens de filmes, que já caíram em domínio público, para construir, frame a frame, uma outra narrativa, quase onírica, sem princípio nem fim.
«Os fragmentos de imagem funcionam como palavras, relógio, faca, candelabro, olho, etc», explica o artista sobre esse obsessivo e paciente trabalho de edição. «O mesmo se passa com os sons todos eles são separados em pequenos fragmentos. Mesmo quando retirava parte de um monólogo de um filme acabava por separar palavra a palavra e colocá-las em diferentes partes da banda sonora. O trabalho assemelha-se ao de um músico que cria uma determinada melodia, neste caso de imagens».
Todas as peças da exposição estão justamente implicadas no «olhar do caçador, que capta as imagens em movimento», como presas. «Mas ao longo da construção das obras», acrescenta o artista, «quase sempre o olhar do caçador acabou por se tornar no da presa e vice versa». Em The dreammers, por seu lado, o jogo narrativo que Noé Sendas propõe é quase o de uma «colectânea de short stories». Os seus sonhadores, que remetem, por exemplo, para Gente de Dublin, de James Joyce, são aqueles que estão perto do «espírito das coisas», ou «aqueles que imaginam ter a vida dos outros». Como O Caçador ou antes O Coleccionador são nós da arte de Noé Sendas para deslindar em Lisboa e Berlim.
Nesse trabalho de persistente redescoberta e reavaliação, inscreve-se outra personagem que Sendas construiu, O Caçador/ The Hunter, que apresenta em Lisboa, na Galeria Cristina Guerra, até 23. Aí mostra dois vídeos e uma foto-instalação, em que a ideia de «montagem» é fulcral. As fotografias resultam da sobreposição de imagens de filmes e dos lugares que os actores habitam como fantasmas. Nos vídeos, Noé Sendas parte de imagens de filmes, que já caíram em domínio público, para construir, frame a frame, uma outra narrativa, quase onírica, sem princípio nem fim.
«Os fragmentos de imagem funcionam como palavras, relógio, faca, candelabro, olho, etc», explica o artista sobre esse obsessivo e paciente trabalho de edição. «O mesmo se passa com os sons todos eles são separados em pequenos fragmentos. Mesmo quando retirava parte de um monólogo de um filme acabava por separar palavra a palavra e colocá-las em diferentes partes da banda sonora. O trabalho assemelha-se ao de um músico que cria uma determinada melodia, neste caso de imagens».
Todas as peças da exposição estão justamente implicadas no «olhar do caçador, que capta as imagens em movimento», como presas. «Mas ao longo da construção das obras», acrescenta o artista, «quase sempre o olhar do caçador acabou por se tornar no da presa e vice versa». Em The dreammers, por seu lado, o jogo narrativo que Noé Sendas propõe é quase o de uma «colectânea de short stories». Os seus sonhadores, que remetem, por exemplo, para Gente de Dublin, de James Joyce, são aqueles que estão perto do «espírito das coisas», ou «aqueles que imaginam ter a vida dos outros». Como O Caçador ou antes O Coleccionador são nós da arte de Noé Sendas para deslindar em Lisboa e Berlim.
1 comentários:
foi um prazer passar por aqui.
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