Pode ser vela triangular
de embarcação pequena, casta
de uva miúda negra e
muito doce. Coisa híbrida
ou degenerada. E principalmente
filho ilegítimo, nascido fora
de um casamento. Mas, se não
fosse Sá de Miranda quem teria
trazido para cá a medida nova?
Quem amaria de perdição se
não fosse Camilo? Quem
baptizaria a choldra lusitana
se não fosse o Eça?
Quem perfilharia arcadas de
violoncelo, árvores do alentejo,
um dia e outro dia, se não fossem
Pessanha, Florbela ou Irene
Lisboa?
Quem escreveria este poema,
se não fosse eu,
ó tão legítimos filhos da (palavra
que vos deixo à escolha)?
Inês Lourenço
Do novo livro de poemas Disfunção Lírica, editado pela & etc
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Bastardos
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1 comentários:
:DDD
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